sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Simbora


Vou-me embora pra Simbora.
Que lá ainda sei jogar bola.
Faço caminhos entre pernas e pontapés
E lanço umas voadoras
que beijam o chapéu da rede
e correm mansas como aranhas
até o rente do chão.
E arrancam  explosões da alma
De quem habita o país do gol.

Por lá ainda conheço
Uns atalhos
São trilhas das laterais
Faço corte em diagonal
Planto o terror nos contrários
E ao invés de chutar
Rolo mansinho
Pra quem vai surgir
diante do derradeiro.
É certeiro como café com pão.
Casa com a alegria
E os braços se abraçam
É o desenlace da pelota.
Que renasce logo depois.
No xadrez de peças vivas.

Vou-me embora pra Simbora.
Que lá o simples se arvora.
Onde empresto a minha arte
aos operários da bola,
que reformam a minha mocidade
e me deixam pintar,
nos campinhos de terra,
os eternos momentos de glória.


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