sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Nega Maluca

Menção Honrosa no 14º Concurso Literário promovido pela CEPERJ - Fundação Centro Estadual de Estatísticas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro


homenagem aos ceramistas brasileiros

A nega maluca
Pulou da caneca
Caiu no melado
Ficou doce à beça.

Com seu rebolado
Conquista quem é bamba
Menina sapeca
Levada da breca.

No berço da raça
Tem negra na graça
Tem ginga no samba
Faz luz da manhã.

Mocinha dengosa
Da praia das rosas
De todo cheirosa
Faz gosto te olhar.

Neguinha bem feita
Da bunda empinada
Balança em bordado
O teu caminhar.

A nega florida
De laços de fitas
Cabelo de chita
Tem made in Brazil.

Minha nega maluca,
qual deus te criou,
com a liga do barro
das Minas Gerais,
de Nosso Senhor?!

Te guardo com arte.
Te pinto.
Te quero.
Te fiz um bolero
pra te decorar.

Te amo cozida, assada, querida
Te faço só minha.
Te cubro de amor.

Cunhada obra-prima
no domo da arte.
Sacodes moringa
Me matas a sede.
Me secas de amor.

Neguinha da mata.
Das Dores, das Graças.
Mulata guerreira
nos rumos da fé.

Sincera!
Singela!
Tão meiga!
Tão bela!

Oh! Nega mais doida!
Que mora em Paris.
Visita Istambul.
Está em Moscou.
Conhece Lisboa.
É cabra da peste
lá em Budapest.

Às noites é gris.
Vermelho-estrada.
Tardes, furta-cor.
Nos sonhos azuis:
Enfeita o meu aparador...


                                                           Foto: Fátima Pimentel

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Melissa, o seu retrato

Melissa é estudante de Educação Física e minha sobrinha. Hoje é gente. Mas nasceu flor!


Melissa é flor, Melissa é gente.
Erva cidreira verdadeira.
Encantadora guerreira.
Melissa romana ou chá da França?
Garota carioca ou bálsamo da serra?
Melissa é doce!
Melissa é mel!
São poesias de simplicidade!
Extrai diamantes de sementes de romã.

Transforma as lutas mais difíceis,
nas vitórias mais fáceis.
Nunca chora.
Tem medo que pingue ouro
de seus olhos.
Prefere a zanga
ou um sorriso pela metade,
quando algo não lhe agrade.

Melissa é remédio que acalma.
São flores que surgem
brancas ou amareladas.
Com o passar do tempo,
podem ser rosadas.
Arbusto de verde intenso
nas extremidades
e verde claro na base.

Melissa é remédio que acalma.
São risos que surgem brancos
E sorrisos cheios de bondade.
Com o passar do tempo,
são ternos e esperançosos.
Menina de vigor intenso
nas extremas horas.
De derramar à base
por injustiças máximas.

Como todo brasileiro
não existe distância
que não vença
nem horizonte
que não ultrapasse.

Melissa é extrato da paz.
É chá de tranquilidade.
É pouco para a saciedade
e muito para a fome intensa.
Melissa é flor e é gente.
É doce de mel.
São versos mágicos
de Graça Carpes.
Tem poema que é o seu retrato.