quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Na casa dos outros


Não me assenhoro, senhor! O senhorio deixou cá, sua senhora, pra tocar o recebimento dos aluguéis. Eu, servo do inquilinato, não me oponho a pagar. Não sou abjeto. O que me custa é ganhar o tanto que devo e mais um resto pra sobreviver.

— Lavro ouro na penhora, mas não penduro a minha honra. Sei ordenhar. Cuido de galinha. Cato gado no arranha-gato do sertão. Mas aqui nos perdidos de ruas e no mundaréu de gente, não tenho assento em outro serviço que não seja juntar tijolos na direção das grimpas do Céu.

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