sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, o viajante do tempo

Sara, mago!
Saramago não sarou.
Pegou uma caravela, a mais bela,
e partiu para uma viagem
por mares nunca d’antes navegados.
E não era mágico de sobrenome.
Era de nome inteiro.
Das vinhas de José Saramago
vinha criação de boa cepa:
Quase um vinho pra degustação.
Embora hermético, rebuscado,
onde pareceres se misturam a conceitos,
levando os incautos leitores
para a estrutura do texto.
Em meio a letras portuguesas,
gigantescas, quase indomáveis,
vagam nas lides do intertexto.
Lutas para reconstruir o entendimento.
Penas domadas pelo mestre Saramago
que o levaram a dobrar o Cabo da Boa Esperança,
em merecimento, ao Prêmio Nobel da Literatura.
Único filho da língua de Camões, a galgar casta façanha.

E se Jesus é filho de José.
De José Saramago não é.
Este inventou um outro Deus
que vai levá-lo para um céu particular.
Onde não existem anjos nem demônios.
Estes perduram somente,
num mundo de outros Josés.

5 comentários:

  1. Sim. E lá estará escrevendo muitas outras coisas.
    Abraços.

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  2. Geraldo!
    Que saudade de suasvisitas e de seus posts.
    Adorei o de hj.
    Passa nesse novo endereço
    e deixa la sua impressão,não sobre o blog,mas sobre o assunto.
    Linda semana pra nós.
    Bjins

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  3. Simplesmente, espectacular! Parabéns!

    "Tempo de sair, a hora já já vai
    E segue-se pela estrada fora
    Mede-se o caminho, o tempo, a memória
    (...)" in "O Temporal"

    Um abraço,
    Isabel Montes
    http://isabelmontes-poemas.blogspot.com/

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  4. Geraldo!
    Que bom que apareceu.
    Faz falta na blogosfera, viu?
    Li no perfil,
    esta preparando um livro de
    memorias é?

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  5. Linda e merecida a homenagem a José Saramago. Parabéns, poeta! Beijo carinhoso.

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