quarta-feira, 2 de junho de 2010

A cidade que queremos

Hoje a cidade grande
amanheceu enorme.
Os crimes dos jornais
ainda pereciam nas esquinas.
Nossos heróis do povo deslizavam
em trens incertos,
tocados pelo combustível
da comida incerta,
na busca dos quereres
massificados na tevê.

Houve um baile
de música sem melodia
no templo das danças indígenas.

Na noite fria
foram vendidas
duas mil e trinta e cinco
drogas extraídas das matas dos pajés.

Princípio básico
da exploração
dos sem-remédio.

As mulheres lindas,
como se não houvesse pranto,
desfilaram suas modas do exterior,
impunemente, como se fossem “made in Brazil”.

De nossos mesmo
restaram os sonhos.
Caminhos oníricos
de um mendigo
que no canto de uma esquina
dançava o reagge.

A cidade que queremos
vai continuar amanhecendo,
todos os dias se querendo.

2 comentários:

  1. Enquento isso, tentamos a sobrevivência, seja no ato lúcido, ou na hipocrisia dopante.
    Haja santo, daime?
    Abraços.

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  2. ola querido
    qta saudade!!! vi uns concursos de poesia por aí, veja o site encantadores de serpentes... ando meio distante das letras e isso não está me fazendo bem!!!
    beijos e belissima poesia como sempre, as imagens chegam saltar aos olhos!
    parabéns e beijos em su'alma

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