quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Na terra de Aruanã

Se o sopro da tua voz
acelera o meu coração.
O medo do amor arrefece.
O grito sai mudo
como legenda de gibi:
Todo sim é início do não.

Dizer-te estrelas,
quando só luas se tem pra contar.
Falar de flores com um punhado
de sementes na mão.
Sonhar os beijos d’antanho
nos improváveis de Aruanda.

Abrir sorrisos.
Levantar tufão interior
quando bate ponto...
é arremesso de peteca
em quadra de tênis.

Burlar o susto, saltar o tempo.
Buscar o teu endereço
na  contracapa do livro.
Inaugurar um baticumbum
na contramão da estrada.
E seguir a viagem
pra nunca se chegar.

Dunas e montes.
Atrás de riachos profundos,
onde Aruanã guarda tesouros.
Na terra dos sem mal
claros segredos.

Ontem eu fui ao teu encontro
Você havia saído com a poesia.
Enfiaram nos teus seios
versos decassílabos.
Eu me fingi de soneto.

Pra verter com exatidão.
A obra da natureza pintada no Céu.

Como desejei ser o poeta...
A viajar no teu corpo.
Tecer cada letra
no vagar de uma estrofe.
Buscar nos seres que te habitam.
Apenas um que me amasse!

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