Geraldo Ferreira e o povo brasileiro - MPLB
A voz do povo é a voz de
Deus.
No atropelo do canto
vai nascer tirado dos
provérbios
o poema do povo
brasileiro.
Palavra puxa palavra.
No nascedouro da poesia
eis a magia dos versos;
Saem da alma prontos
Quem conta um conto
aumenta um ponto.
Não tiro vírgula do que
está dito.
A história feita vira
romance
depois de correr as sete
freguesias.
Quem tem telhado de vidro
não atira pedras ao vizinho.
De pouco vale toda defesa,
se a natureza nos fez
humanos.
Não rola pedra sem ter
pedreira.
Pedra que rola não cria
limo.
Deixa a paz no seu portão.
Não vale a vida
sem o limo onde brotam as
suculentas.
Não há rosas sem espinhos.
Jardins antecedem pomares.
Pomares são sonhos das
aves.
Bichos alados disseminam
jardins e pomares.
Lua nova trovejada, 30
dias é molhada.
Da tempestade à bonança.
Tem o caminho do sol
que não raia em chuva
demorada.
Nem tanto ao mar, nem
tanto à terra.
Pra bom entendedor vale o
lema;
O bom senso deve imperar
em todas as nossas
pendengas.
Muito alcança quem não
cansa.
Dito que Deus ajuda a quem
cedo madruga.
E a perseverança é a chave
do tamanho.
Uma vitória é uma porta da
vida feita de portas.
Candeia que vai à frente
alumia duas vezes.
São olhos da romaria
dos penitentes do
altíssimo.
Iluminai os caminhos dos
que seguem a oração.
Boa romaria faz, quem em
casa fica em paz.
Porém quem pede de corpo
inteiro, também sabe outro segredo.
Os pés dos primeiros
passos
transpassam montanhas a
píncaros.
Devagar se vai ao longe
distante que não sei lá.
No passo do passarinho
voa quem vai devagarinho.
Gaivotas em terra,
tempestade no mar.
Navegar é preciso
nas costas do além-mar.
Ondas sacudidas a que
distância nos leva?
Águas passadas não movem
moinho;
mas passam por muitos
ninhos.
Bebe a sede dos
ribeirinhos.
É benta no leito santo.
Antes tarde do que nunca;
o bom filho à casa torna.
Pois é preciso cuidar:
A morte não escolhe
idades.
A instrução é a luz do
espírito.
Em agosto toda fruta tem
gosto.
Laranja madura na beira da
estrada
faz de amarelo a moldura
da via.
E avia a rolagem
passageira.
Ao fim desta prosa dita
nem vale firmar floreio.
Benditos sejam os povos
que cantam.
Pois as palavras voam e a
escrita fica.
O poeta procura entrar na alma do povo brasileiro. Viaja através dos ditados populares. Um ótimo jogo de palavras. alguns versos criados para ilutrar os provérbios podem ser inclusos no repertório vastíssimo e rico das máximas nascidas no ceio do povo. Muito bom!
ResponderExcluirQuerido Geraldo, fico feliz de vc voltar a poetar... Lindas imagens tecidas de provérbios populares. Vc foi muito criativo com este "Dito e Feito", que abre a temporada poética de 2013 com muitas perspectivas, boa narração e bom ritmo. Parabéns! Beijinhos da sua fã Alice
ResponderExcluirMais uma vez, outra grande poesia. Muito interessante o uso de ditos populares em sua poesia. Bastante criativo criar esta poesia, parabéns!
ResponderExcluirPassando aqui, para matar a saudade de suas palavras... DITO E FEITO!
ResponderExcluir;)