quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Na casa da Aparecida


Na casa da Aparecida
Quem é de chegança
É bem-vindo
Tem vinho de boa cepa
Tem cerveja de eucalipto
Petisco à moda mineira
Abraços de antigamente
Tem pés com frutas maduras
Panela de barro e pirão

Na casa da Aparecida
Tem santos do Céu e da Terra
Tem cura pra mau-olhado e quebranto
Tem parteira benzedeira
No espanto da lua cheia
Tem grito estranho no quintal
Tem sombra de lobisomem
E sorriso afasta o mal

Na casa da Aparecida
Tem festa pra Oludumaré
Tem reza pra Jesus Cristo
Tem banho de ervas santas
Tem hostes do Cacique Pena Branca
Tem canto do galo na serra
Quando a mata estremeceu
Na casa de Aparecida
Onde a fraternidade habita
A paz faz sua morada


                           Foto: Fátima Pimentel

4 comentários:

  1. Opa, mais um ótimo poema do querido Tio Geraldo. Essa homenagem a tia Cida ficou muito legal mesmo, mereCIDA por sua pessoa e quem melhor podia fazer algo tão bom em homenagem a ela? Abraços e continue postando seus poemas tio.

    :)

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  2. O poeta expressa perfeitamente o sentimento do povo brasileiro que mantém as portas de suas casas sempre abertas aos visitantes. Também mostra com clareza o sincretismo, quando aborda a umbanda e o catolicismo em seus versos, representados em seus expoentes máximos.

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  3. Meu amigo Callado, devias permanecer calado. Não é catolicismo somente, Cristo é a lideraqnça do cristianismo. Agora também andas exagerado. O poeta é chegado a uma homenagem. Faz homenagens a pessoas, animais e objetos. Só falta homenagear a homenagem. Menos, Callado!

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