Eu conheço um poeta
que mora longe,
mas vive dentro de mim.
Às vezes ele se inquieta com a minha carapaça inútil
debruça-se na alma
e se manifesta em versos.
Quando se cansa da minha capa balouçante,
que anda de ônibus
e pega trem de subúrbio,
salta meu poeta do enjoo da Cantareira
e singra mares castanhos,
às margens das terras de Araribóia.
E navega num barco à vela
em busca de rima nova ou prosa.
Onde mora a inspiração?
Seria perto do coração?
Ou salta das artérias?
Do cerebelo ou dos cabelos?
Cérebros são criadores ou receptores literários?
Poemas deixam ou adentram o corpo?
Vá saber, vago poeta!
Que de todo muito
me conta um pouco.
E de todo pouco sempre vale muito.
Artesão de frases que voam
e às vezes pousam, às bordas da emoção.
Poeta invasor ou intercessor.
Pouco importa a sua origem.
Escreva mais na minha alma
que eu lhe confesso o meu segredo:
Sou caçador de sonho azul.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
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Querido Gê,
ResponderExcluir"Onde mora a inspiração?/Seria perto do coração?/Ou salta das artérias?"
Só posso dizer tão-somente que tua poesia me toca a alma e todas as artérias do meu corpo... Você, Geraldo, já nasceu poeta.
Beijos, Alice