Uma rua que se liga a outra rua.
E mais outra que entrecorta uma avenida,
que termina numa praça,
e dá entroncamento a outras ruas.
São caminhos desta cidade,
onde, com sorte,
todos os dias,
entre duas colunas de prédios,
a lua vem lavar de prata
a minha janela.
Ainda pego a estrada
e volto às minhas origens,
onde os astros
vinham iluminar
os nossos ninhos.
Uma rua e outra rua.
Onde com sorte
passa um bonde
que me carrega
pro longe
e à noite
traz minha amada.
E todas se interligam.
São caminhos
desta cidade
onde a cismar no meu canto,
entre dois pilotis,
tarda no colo o espanto.
Descíamos a Estrada da Gávea
e no rodo do bonde,
pegávamos à condução.
Se possuía um nome aquela praça,
na minha memória,
os bondes tomaram-no de assalto.
Onde com sorte eu encontro
um ou outro conhecido
que abana a mão ao acaso:
segundos de uma amizade.
Ai que saudades eu tenho
da rua solteira do meu vilarejo de outrora,
onde numa prosa eu perdia um dia
e ganhava a noite numa roda de viola.
Ai se eu pudesse, voltava,
pra minha rua descalça,
que me transportava aos galopes,
pras ruas desta cidade.
Onde uma rua se liga a outra rua
e outra a uma nova rua.
Retalhos desta metrópole do mundo.
A praia do Leblon
ficava distante,
mas apeávamos a
Marquês de São Vicente,
dobrávamos a Bartolomeu Mitre
e já estávamos lá.
O mar batia na areia
e corria como um rio.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
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