A casa estala, ruídos que vêm da sala.
Range a porta do banheiro.
É o vento fantasma que passeia.
Pelas frestas da janela,
a luz que penetra,
ilumina poucas coisas,
como a emprestar um candelabro à casa.
O cachorro levanta a cabeça
com preguiça.
Um pássaro cisca migalhas
do resto da ração amanhecida.
Cortinas balançam.
Ensaiam o balé da ausência.
Olhares bisbilhotam sobre o muro.
A casa dormita sem donos.
A morada se abre para a avenida
principal do bairro.
A cidade prossegue com
a vida em ebulição.
E, no entanto, num canto de rua,
uma casa dorme
à espera de seus moradores
com uma festa guardada em
seus cômodos.
sexta-feira, 13 de março de 2009
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Casa vazia de gente, mas cheia de significados... "Feita com muito esmero"!!!
ResponderExcluirLindo! ..."Uma casa dorme/ à espera de seus moradores/ com uma festa guardada/ em seus cômodos."
ResponderExcluirAdorei as imagens do "teu balé da ausência".
Beijinhos, Alice
Gê querido,
ResponderExcluirProcuro outros sentidos para esta tua casa viva e também vazia. Busco o alarido dos seus moradores, busco na tua casa o silêncio das entrelinhas. Sinto nela a alma de todos os poetas que dormem num canto qualquer à deriva de sonhos e fantasias.
Beijos, Alice
Parabens Geraldo. Sucesso. Glal-CEHAB
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