sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Focinho de bode

O que me sacode,
me bole,
é os modes de agora.
Que me leva donde estou
até o mundo todinho,
sem que eu saia do meu pé de chão.
 
Cara de bode.
Não explico este trote.
Oxente, my love!
Estou aqui!
Onde estou?
Dizem, ó pá!
Please! Don't!
Si, si puede!

Dio, come te amo!
Se danço o xote.
Me rumam um tal de stop.
Na xota , no pode!
Oxente, diacho de troço!

Na prece da pressa.
Só vale orar pros santos deles.
Me tratam terrorista.
Diacho, nem terra eu tenho!
 
Sou gente sem posses!
O burrico que trago.
Confesso, roubei!
E mode não vejam.
Eu trago escondido.
Todim, dent'de mim!
 
Se carrego sorte.
Quem sabe, não leiam!
E possa enervar
quem quer me calar.
 
Te digo, seu moço!
Cá no coração.
Além do burrico.
Só levo uma mula na mente.
Que ela não mente.
Profere "nos escrito"...
Oxente, my love!
Focinho de bode.
 
A José Ferreira de Lima, meu pai, comunista convicto, que, no entanto, nunca quis que eu seguisse os seus passos. Um cabra arretado.
Há mais de trinta anos, sou apenas franciscano. Reparto os pedaços de mim.
 
 
 

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