sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A fábula de Santa Teresa

Numa cidade distante, mais longe do que Depois, reza a lenda ser território livre dos colibris. Mas quem dominava as calçadas de suas ruas e praças eram os canários-da-terra. Bicavam solenes as canjiquinhas e os milhos picados que, em alquimia mágica, transformavam-nos a cada dia, nos avoantes mais amarelos do lugar.

Os azulões, livres, comiam frutas silvestres, em galhos próximos, sem nunca terem experimentado a ração industrializada, doada por mãos benevolentes.

No entanto, os canários amarelinhos ciscavam sem tirar olhos das árvores, uma ameaça constante.

No horizonte interminável, ninguém arriscava um voo no quadro da natureza. Os canários-da-terra não queriam abandonar os seus ninhos e, os azulões, por sua vez, preferiam continuar em seus galhos, trinando, como mantenedores da espécie.

Ah! E os colibris, esvoaçantes, reinavam, sem ter reinado...

E nesta fábula ainda, existia o risco dos gaviões, terríveis predadores, que podiam a qualquer tempo, comer as fêmeas dos canários, dos azulões e dos beija-flores. Se é que vocês entendem conversa de passarinhos?!

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