A velha e a praça
se contorcem
na contracapa
de antigos jornais
e revisitadas revistas.
Deitam-se imagens
no fosfalhar
do vento cineasta.
Um filme de antigamente
nasce ao sabor da brisa.
A velha tridimensional
baba nas estrelas.
Dente porcelanizado.
Seu sorriso é manchete.
Momento eternizado
na notícia que voa e ecoa:
A velha sobreviveu a mais uma noite.
A velha agora torce.
Bandeira desfraldada
de um clube esmaecido
nas folhas amareladas.
Memórias rotas
do país do futebol.
A velha e a praça
trocam o lead
em noite comovente.
Vagam vazias, sem almas.
São espectros de um tempo
em que a praça era palco
dos sonhos da velha.
A lua cheia incendeia
outra vez a praça.
Traz o amarelo
de um ouro distante e fugaz
como a prata de tantas jornadas.
A velha estende a mão
e puxa para si o cobertor.
Histórias de outras vidas,
páginas encardidas
de facciosos jornais
e tendenciosas revistas.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
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