terça-feira, 7 de abril de 2009

O Diadema de Inacinha

Este poema é uma homenagem à Alessandra Cali, a pessoa mais doce com quem tivemos oportunidade de conviver na empresa em que trabalhamos.

Pegaram o diadema de Inacinha
Que era tão pequenininha
Que chorou a jornada inteira
Mais à noite
E trinta e outros dias.

Suas madeixas na cintura
Sem tiara na cabeça
Sem ter trança
Pouco zelo
Pobrezinha da Inacinha.

Foi na calada da noite
Troça da ama
ou da vizinha.

Foi na brincadeira de roda.
Quiçá, na amarelinha.
Ou foi no banho escondido
Pelada no riachão.

Foi no galope do alazão
Ou no tranco do zebu
Talvez na poda da roça
Quem sabe no ninho da galinha?

Nem reza forte ajudou
Nem prece pra São Longuinho
Falhou o faro do cachorro
Sumiu no guizo da ventania

Foi troca de Pererê Saci
Brincadeira de duende
Encomenda de menino travesso
Esquecimento de cabeça de vento

Foi por ali
No alvoroço
Sem deixar
Nenhum vestígio
Sem que olhos
Fossem postos
Sem o calado da vítima
Que um dia três de maio
Varava uma chuva fina
que se misturou
aos prantos
da pequenina Inacinha.

Desde então
digo seu moço
Caço nas cismas do mundo
O brilho do seu olhar
A sua ternura de anjo
O seu gozo de menina.


Recebeu Menção Honrosa no 11º Concurso Literário do Servidor Público do Estado do Rio de Janeiro promovido pela FESP no ano de 2004.

4 comentários:

  1. Muito Bacana Tio !! Meus Parabéns.. Ah se possivel, recite alguma Poesia sobre Amor!

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  2. Parabéns pela poesia e obrigada pela poesia que fez com uma de minhas imagens eu adorei!

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  3. tio linda poesia , continue assim e nunca pare de escrever porque quem le viaja no mundo da fantasia um Beijo

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  4. Eu amo esse poema...em outras épocas, ainda menina, ele seria decorado para fazer bonito nos aniversários das tias. Agora o leio para meu próprio deleite e fico procurando o "diadema da Inacinha".

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