quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Mulheres de Luz
As mulheres voltaram às ruas.
Lindas, esvoaçantes, cortantes.
Cruzaram as avenidas como bailarinas.
Livres dos uniformes do povo dominante.
Substituíram o blue jeans
por vistosos vestidos florais.
Azuis, vermelhos e amarelos.
Tingiram de moreno, silhuetas esbeltas.
Cobriram mulatas de algodão bordado.
Recriaram o Brasil feminino.
Sorrisos nos rostos, rebolados nos quadris, graças gestuais.
Saias girantes a embalar o balouçante corpo de mulher.
Visão colorida da memória carnavalesca,
Levando o enredo a mais bonita entre as belas.
Tomam a Rio Branco.
Invadem o Paço.
Rumam à Praça XV,
à Estação das Barcas.
Navegam resolutas,
Sonham com filhos,casas, moda,
automóveis e homens, nesta ordem.
Tudo que cala fundo na mulher.
No largo do Araribóia,
fazem o ritual da pajelança.
Em frêmito,
rodam a dança dos índios.
Estão em guerra.
Que venham vestidas com arte.
Viventes supremas.
Amantes maiores.
Em trajes de combate.
Senhoras de todos.
Rainhas e princesas.
Devassas e submissas.
Musas e deusas.
Carregam cordões
de eternos apaixonados.
Mulheres que tiram o sono.
Mulheres que fazem sonhar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMulheres de tudo, mulheres para todas as coisas.
ResponderExcluirMulheres de Atenas, do gueto, da cidade, da rua e de casa.
Assim são as mulheres.
Abraços nobre amigo.
Muito bacana as novas poesias! Adorei.. parabéns Tio Geraldo !!
ResponderExcluirsó a ordem dos pensamentos está errada: pensamos em moda primeiro rs
ResponderExcluirLindo, maravilhoso, só uma alma sensível é capaz de compreender a mulher tão bem em todos os seus aspectos!
vida longa a ti, sábio administrador das palavras!