quinta-feira, 4 de junho de 2009

O mundo que falta

Eu vi uma menina que sentia fome.
Que remetia ao pai o pedido da mãe:
Ela lhe implora que se leve algo pra gente comer.
E o pai, comovido, na boca da feira,
leva a mão ao bolso, cata umas moedas,
mas logo constata que só dava pra comprar um ovo.

Benditos sejam todos os seres que sentem fome.
Que dói na barriga e na alma também.
Senhor, tende piedade dos que sentem sede.
Que é a fome seca e mata sem piedade.
E ainda tende dó dos que apenas dispõem
de água lamacenta pros seus afazeres.
A água, elemento que mais existe na Terra
é o que mais falta nos faz.

Meu Senhor Jesus, que já sofreu tanto.
Pra que tanto lenho os homens extraem.
Pode ser por pena dos seres sem casa.
Mas no entanto vejo, quantas cruzes fazem.

Meu Jesus Cristinho, não volte a este mundo.
Tanta fome existe, tanta casa falta,
sede imensa que não se mata.
Se te pegam santo, apregoando a igualdade,
vão lhe prender no calabouço
como louco ou comunista.
Ou lhe chamarão de oportunista
e lhe crucificarão nas cruzes diárias.

Um comentário:

  1. Geraldo, desejo a você ótimas férias, muita felicidade. Aproveite ao máximo sua viagem e só pense em coisas boas. Olha o cosmos! Aproveite para buscar inspiração nas belezas do Amazonas e nos presentear com outras e mais belas poesias quando você voltar.
    Um beijo,
    Adriana

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